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Instituto diz estar próximo de uma vacina

Cotidiano | Publicado em 07/11/2007 10:20

Oslo – Cientistas do Instituto Karolinska da Suécia, uma das mais respeitadas instituições de pesquisa do mundo, anunciaram que esperam obter uma vacina eficaz contra o vírus da Aids dentro de dois a três anos. Os testes clínicos – fruto de um estudo iniciado há sete anos – mostraram que 97% dos 40 voluntários inoculados desenvolveram resposta imunológica contra o vírus HIV.
A vacina agora está sendo testada em 60 voluntários na Tanzânia, e os primeiros testes indicam a possibilidade de obter resultados semelhantes aos alcançados na Suécia. “Os resultados das fases 1 e 2 dos testes têm sido extremamente promissores”, disse a cientista Britta Wahren, responsável pelo projeto da vacina no Instituto Karolinska.
Durante os últimos 20 anos, cerca de 200 vacinas foram desenvolvidas em diferentes países, mas nenhuma conseguiu, até agora, obter resultados eficazes nos testes com humanos em larga escala. Em setembro passado, foram suspensos os testes de uma vacina experimental que era considerada uma das mais avançadas, após falhas registradas nos resultados preliminares.
Em princípio, diz Britta Wahren, os estudos para o desenvolvimento de vacinas contra o vírus HIV são semelhantes, mas a cientista aponta duas particularidades no projeto sueco: “O vírus da aids é um vírus cruel, que possui vários subtipos. Por isto, decidimos criar uma vacina contra vários tipos do vírus HIV”.
“Nossa vacina foi desenvolvida de forma a proteger as pessoas contra as variantes mais comuns do vírus em circulação na África e no Ocidente como um todo”, explicou Wahren.
“Outro diferencial é que a vacina é complementada por um segundo tipo de vacina, que aumenta a resposta imunológica do paciente. Este princípio foi demonstrado em diversos estudos pré-clínicos “, acrescentou.
A vacina desenvolvida pelo Instituto Karolinska, em cooperação com o Instituto Sueco para Controle de Doenças Infecciosas (SMI), combina, portanto, dois tipos de vacinação.
Primeiro, o paciente recebe várias doses de uma vacina elaborada a partir de genes de diversas variantes do vírus HIV em circulação no mundo. Em seguida, é aplicada uma segunda vacina, destinada a ampliar a resposta imunológica.
Esta segunda vacina contém um vírus vaccinia - usado para erradicar a varíola – modificado e outros genes do vírus HIV. A segunda vacina foi produzida pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e doada para utilização no estudo sueco.
No próximo ano, o estudo sueco entrará na chamada Fase 2-B, com os testes clínicos em larga escala. Será uma fase crucial, com duração prevista de dois anos. A etapa final será a Fase 3, que vai determinar o grau de proteção da vacina.


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