Corbélia, 28/09/2024
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Cesta básica compromete metade do salário mínimo

Cotidiano | Publicado em 02/07/2008 16:30

 A população continua levando sustos ao fazer compras nos supermercados, isto porque, a cada mês, os produtos apresentam variação em seus preços e o valor da cesta básica só aumenta.

Em junho, os alimentos que compõem a cesta tiveram um aumento médio de 8,48% em relação ao mês de maio. De acordo com pesquisa realizada pelos acadêmicos de Ciências Econômicas e Administração da Univel, sob a coordenação do Professor Alberi Antonio Daubermann, o valor da cesta básica chegou a R$ 210,63. Isto representa metade do salário mínimo do trabalhador, que hoje é de R$ 415.

“Este aumento já está acontecendo há um tempo e voltou a acontecer em todo o Brasil. Fica complicado para o trabalhador, porque metade do salário já está comprometida. Reflete muito no bolso do consumidor”, destacou Daubermann.

Apenas quatro produtos, como o óleo de soja, tiveram uma redução de preço, mas isso não foi suficiente para reduzir o valor da cesta básica, já que nove outros componentes registraram uma elevação no preço. O feijão, que há pouco tempo registrou queda, hoje é o item que mais apresentou aumento - foram 21,14%. Na seqüência aparece o tomate, com elevação de 16,42%. Vale destacar também a batata e o arroz que tiveram um reajuste de mais de 14%.

Para que o trabalhador não se prive de nenhum produto, vale trocar de marca e até mesmo optar por um de qualidade inferior. “É complicado porque os produtos que compõem a cesta são necessários. Mas dá para trocar a carne, por exemplo, que cotamos uma um pouco mais nobre. O consumidor pode comprar carne moída, um bife de valor mais baixo ou mesmo comprar frango ou carne suína. No caso de arroz e feijão dá para buscar uma marca mais barata ou procurar promoção”,

De acordo com a pesquisa e dados do Dieese, em Porto Alegre, cidade em que a cesta básica possui o valor mais alto do País (R$ 246,72), o trabalhador deveria receber salário mínimo de R$ 2.072,70. Somente assim poderia ter acesso a todos os produtos da cesta e ainda recursos para saúde, educação, vestuário, transporte, higiene, lazer e previdência.


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