Um mês depois de protagonizar uma das maiores polêmicas da esfera política municipal, o vereador de Cafelândia, Ivo Ribeiro (PR), voltou a deixar a população boquiaberta. Desta vez, ele surpreendeu a plateia que acompanhou a sessão ordinária da segunda-feira (08). Disse que está arrependido de algumas palavras que pronunciou no dia 09 de maio, durante a inauguração do Posto de Saúde Central. Na ocasião ele estava representando a presidente da Câmara de Vereadores, Terezinha Hellmann e, ao usar a palavra, criticou os servidores da saúde.

 

“O povo poderia ser atendido em um barracão, debaixo de uma lona ou debaixo de uma tenda, desde que houvesse uma parte mais humana no atendimento”, alfinetou naquele dia. “Temos um espaço legal, mas e os seus profissionais, senhora secretária, foram preparados?” Questionou o vereador. O discurso foi interrompido por vaias. Na segunda-feira, 10 de maio, Ivo Ribeiro usou a tribuna da Câmara para continuar o ataque: “Tem servidor da Saúde que vale tanto quanto o gato enterra”, disparou em tom provocativo.

 

Desde então o assunto vinha sendo comentado nas rodas de conversa. A posição do vereador chegou a render a ele um voto de repúdio, expedido pela direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Cafelândia (Sismucaf). Ivo é de longa caminhada religiosa e muita gente, inclusive os amigos mais próximos, não compreendeu a mensagem do vereador, considerada bastante agressiva.

 

“Quero dizer que me arrependi de algumas palavras que falei durante a inauguração no dia 09”, argumentou na última segunda-feira. Com expressão abatida e sem conversar com a Imprensa, Ivo disse apenas que vai continuar defendendo a população. Para tentar justificar o teor dos discursos anteriores chegou a citar futilidades como o balcão de atendimento ao público do Posto de Saúde que, segundo ele, estava muito alto e desconfortável.

 

“Não vou perder meu tempo e fazer uma nota de repudio como fizeram comigo. Agora, há de concordar comigo que há, por algumas pessoas, um verdadeiro descaso”, justificou. Ao sair da sessão foi procurado pela equipe de reportagem do Jornal ABC, mas limitou-se a dizer. “O que eu disse está dito”. O presidente do sindicato dos servidores, que acompanhou a sessão, acredita que o arrependimento, expresso publicamente, pode representar um atenuante entre o vereador e os servidores, mas prefere ser cauteloso ao falar em reaproximação.