Pelas ruas da pacata Corbélia, no oeste do Paraná, o assunto é um só: o escândalo na saúde pública municipal, que culminou com a prisão do secretário Francisco Celiomar da Silva, conhecido como Chico Bala. Ele foi preso em casa na manhã de quarta-feira (24) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) acusado de desvio de recursos da saúde (leia mais). 

Em entrevista à jornalista Carla Hachmann, do Portal AN6, o prefeito Ivanor Bernardi fala sobre a prisão, o escândalo, o desvio de dinheiro, as consequências políticas e revela: foi contra a escolha do secretário, em julho do ano passado. Segundo ele, apesar de um longo passado de amizade e até relação profissional com Chico Bala, a nomeação lhe foi imposta pelo grupo político e ele cedeu. "Francamente? Eu não queria. Mas o grupo em si achou melhor".

Embora diga que foi pego de surpresa com o que aconteceu, Ivanor ainda avalia a possibilidade de auditar as contas da Saúde para saber a extensão do "furo". Ele exonerou o secretário na própria quarta-feira.

O prefeito diz que muitos funcionários da secretaria estão decepcionados e entregando o cargo, inclusive porque a secretaria havia passado por severos cortes, até mesmo com o fechamento de unidades de saúde, por falta de dinheiro. Em contrapartida, o Gaeco afirma que o secretário preso recebia propina para que médicos não cumprissem a carga horária contratada.

Em declarações polêmicas, o prefeito revela ainda que pagava consultas particulares a munícipes que lhe pediam ajuda e que algumas pessoas lhe alertavam sobre Chico Bala, ao questionarem sobre seus inúmeros carros. Foram quase trinta minutos de conversa, na qual o prefeito não se furtou a nenhuma pergunta. Só que, durante a entrevista, o telefone do prefeito tocou algumas vezes. Em uma delas, o prefeito atende e a reportagem optou por cortar o trecho pois não se tratava do assunto em pauta. Abaixo, você confere toda a entrevista concedida ao Portal AN6.