Corbélia, 27/09/2024
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Agricultura/Feijão: dificuldade na comercialização

Cotidiano | Publicado em 05/02/2010 12:18

O excesso de chuva durante a safra de feijão já indicou prejuízos para o produtor rural. Mas, além da quebra da produtividade do grão, agora os agricultores enfrentam dificuldade de comercialização do produto. O produtor rural de São Pedro, Orestes Loudivaldo Defe, explica que agora está na época de colheita de soja, mas está havendo dificuldade de encontrar caminhão para o transporte, porque estão abarrotados de feijão. “O pessoal não está conseguindo vender”, relata ao destacar que para o produtor significa mais perdas.

 

De acordo com dados do Deral-Seab (Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná), a alta umidade reduziu em 11% a produtividade de feijão no Estado. Em Cascavel e região, segundo a economista do Deral, Jovir Vicentini Esser, foram plantados 12.260 hectares de feijão, mas colhido apenas 11.812. “Com uma produção de 18.899 toneladas, 25% de quebra na produtividade” relata ao explicar que foram colhidos 1.600 quilos por hectares, quando a expectativa era de 2.030.

 

Mas, segundo a economista, além da quebra de 25% na produtividade do grão, há ainda o problema da qualidade do feijão. “Devido ao excesso de chuva na época de colheita o produto não teve boa qualidade, o que indica dificuldade de comercialização”, revela. Jovir conta que o preço pago pela saca ao produtor está aquém do esperado, R$ 55,00, e ainda com o produto de baixa qualidade, o valor é ainda menor. “Muitos tiveram perda e não conseguiram nem este valor”, relata.

 

O agricultor Defe lembra que no ano passado teve sorte, plantou toda sua área com feijão e o vendeu a R$ 158,00. “Agora tem vizinho com carga de feijão e oferecem R$ 20,00. Não tem como vender, é muito prejuízo”, reforça. O produtor este ano teve ainda mais sorte, no lugar de feijão escolheu plantar somente soja e milho, que “aparentemente” darão lucros. “São 15 alqueires de soja e 9 de milho”, revela.

 

Colheita soja

 

Defe ainda não iniciou a colheita da soja e milho, mas revela que espera para a soja 150 sacas por alqueire. “A produtividade foi boa, mas teve muita chuva que deu doença”, comenta. O agricultor conta que o excesso de umidade provocou ferrugem na lavoura, o que indica mais gasto na produção. “Gastei o dobro com tratamento, o custo da lavoura fica alto e o lucro diminui”, revela.

 

Já o agricultor Gilmar Dalpra de São João do Oeste iniciou a colheita da soja ontem (4) e revela que teve mais sorte do que o amigo. “Não tive problemas, para mim a chuva foi ótima que deu um pareio na soja”, esclarece. Dalpra garante que não teve ferrugem na cultura, portanto os gatos foram poucos ao precisar de apenas uma manutenção de “veneno”.

 

O agricultor espera colher de 130 a 140 sacas de soja por alqueire, e a produção dos dois alqueires já está negociada, faltando apenas negociar preços. “Na hora de plantar tá um preço, mas agora a gente sabe que sempre diminui”, critica. Mas, como no ano passado o produtor tinha investido em feijão e teve perdas, esta safra está sendo aguardada com a expectativa que cubra os prejuízos da passada.

 

Para a economista do Deral Cascavel, a expectativa é que esta safra de soja, embora haverá mais custo dos produtores com fungicidas pelo excesso de chuva, não tenha quebra de produtividade. “Se não tiver um contratempo maior termos uma boa safra, para não dizer excelente”, salienta ao afirmar que 15% da área de soja está colhida na região e 8% da de milho.

 

Safrinha

 

Conforme os produtores rurais colhem as safras de feijão, soja e milho, automaticamente investem em outra cultura. Jovir comenta que este ano a expectativa de plantio da segunda safra é positiva, com 15 mil hectares de feijão na segunda safra, 180 mil hectares de milho e ainda 25 mil de feijão safrinha.

Fonte: http://www.cgn.inf.br


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